Exploração de Petróleo e Gás
O mercado “upstream” (actividades de exploração, perfuração e produção de petróleo) de Angola deverá crescer mais de 1,5% entre 2022 e 2027, com o governo a colocar o foco no desenvolvimento dos activos de hidrocarbonetos do país, juntamente com a descoberta de novas reservas que irão impulsionar a procura no mercado energético dos próximos anos.
O principal projecto de petróleo e gás da Total Energies, Kaombo, situado no “offshore” do país, no Bloco 32, o desenvolvimento PSVM da empresa multinacional de petróleo e gás BP e da empresa integrada de energia Eni, com novos poços de produção nos campos de Vandumbu e Mpungi, no Bloco 15/06, constituem importantes estímulos para a indústria energética angolana e criam oportunidades muito significativas de investimento nos próximos anos.
Em face disto, as actividades de “upstream” de Angola têm contado com a participação crescente de importantes empresas de serviços como a petrolífera Halliburton; a empresa de tecnologia energética, Baker Hughes; a fornecedora de sistemas e soluções, FMC Technologies; a empresa de serviços de engenharia, Oceaneering International; a empresa de serviços de energia, Weatherford; e a empresa global de tecnologia, SLB. E à medida que o mercado se vai expandindo, cresce o número de oportunidades para empresas de serviços de todo o mundo.
“Midstream” – a Refinação
Apesar de ser um dos principais produtores de petróleo no continente africano, as capacidades de refinação de Angola permanecem bem abaixo da procura doméstica. Assim, o governo definiu o desenvolvimento da capacidade de refinação como uma das maiores prioridades, abrindo novas oportunidades para empresas de serviços.
A modernização e atualizações da única refinaria operacional em Angola, na cidade de Luanda, terão um custo de 235 milhões de dólares, e serão apoiadas pela empreiteira de engenharia, aquisição e construção (EPC), KT-Kinetics Technology. Entretanto, três novos projetos de refinarias, no Lobito, Soyo e Cabinda, estão já em andamento e estima-se que reduzam as importações de derivados de petróleo refinados, poupando nas despesas do Estado cerca de 2,7 biliões de dólares por ano, proporcionando em simultâneo novas oportunidades de investimento em parcerias público-privadas no país.
E com o objectivo de atrair investimento privado para a produção de gás natural, está em curso o desenvolvimento de uma segunda central de ciclo combinado no Soyo, com capacidade para 500 MW de energia produzida a gás natural. A unidade de ciclo combinado Soyo I de 720 MW foi originalmente construída pela empresa de construção e engenharia China Machinery Engineering Corporation, com as turbinas para a central a serem fornecidas pela GE Renewable Energy.
Produção, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica
O governo angolano implementou um ambicioso plano de infra-estruturas para atingir sua meta de 9,9 GW de capacidade de geração instalada e taxa de electrificação de 60% do país até 2025. Parte desse plano incluiu o aumento do orçamento geral do estado dedicado à produção, transmissão e distribuição de electricidade, de 482 milhões de dólares, em 2021, para 490 milhões em 2022. Estão também em desenvolvimento os planos de expansão da rede eléctrica que vão permitir aumentar, até 2025, os actuais 3.354 kms de comprimento para 16.350 kms de extensão.
Os principais sub-sectores energéticos de Angola incluem o fornecimento de equipamentos para uso em projectos de pequena escala fora da rede, como geradores a diesel e turbinas a gás; o desenvolvimento de centros de despacho em escala de serviços públicos para gestão da carga de energia; a expansão da transmissão; e o desenvolvimento de sub-estação.
Nas empresas de geração e soluções de energia que estão activas em Angola constam a empresa de tecnologia de energia, General Electric (GE); a fornecedora de tecnologia de energia, Cummins; a empresa de máquinas e equipamentos para construção, Caterpillar; e a empresa de manufacturação, Westinghouse Electric Corporation.
Energia renovável
Com inúmeros projectos hidro-eléctricos e solares prestes a entrar em operação nos próximos anos, o financiamento externo e o desenvolvimento de projectos privados serão fundamentais para apoiar a agenda de energia verde deste país da África Austral, sendo que as empresas de serviços representarão os principais impulsionadores do mercado de energia renovável.
O Ministério de Energia e Águas de Angola identificou cerca de 100 locais adequados a acolher o desenvolvimento de projetos hidro-eléctricos de pequena escala, com capacidade de produzir até 600 MW de energia renovável. Os projetos hidro-eléctricos Cambambe I, de 960 MW, e Cambambe II, de 700 MW, contaram com a participação de empresas de serviços como a empreiteira EPC, a Novonor; a fornecedora de sistemas e serviços eletromecânicos, Andtriz Hydro; a empresa global de tecnologia Voith; e empresa de energia renovável, GE Renewable Energy. Noutro projecto de energia, mas de maior dimensão como é a Central Hidro-Eléctrica de Laúca, na província do Kwanza Norte, registaram-se também contribuições em serviços da Novonor; da empresa de consultoria e gestão, Intertechne; da empresa de engenharia civil Elecnor; e das empresas de consultoria, SRK Consulting e Coba Consulting.
De forma a explorar o grande potencial da energia solar em Angola, o governo aprovou vários projectos que estão já em fase de desenvolvimento no âmbito do programa Angola Energy que visa instalar 800 MW de capacidade de energia solar até 2025. A MCA Group, empresa de engenharia e desenvolvimento de projectos, lidera o principal empreendimento de energia solar do país e que tem capacidade para produzir 370 MW. Este projecto é composto por sete unidades fotovoltaicas, que integram aproximadamente um milhão de painéis solares. Para além disto, e com o objectivo de iniciar as operações comerciais até 2024, a Central Solar Quilemba, de 35 MW, está a ser desenvolvida e liderada pela Total Energies numa parceria com a Sonangol e com o fornecedor de soluções de sistemas solares, Greentech. Outras empresas de desenvolvimento que estão activas no sector da energia solar em Angola são a empresa de projectos solares, AfricaGlobal Schaffer, e a empresa de soluções de energia limpa, Sun Africa.
Com a multiplicação destas oportunidades para empresas de serviços no sector energético, a Conferência e Exposição Angola Oil & Gas (AOG) adquire cada vez maior importância já que disponibiliza a plataforma ideal para assinar novos negócios e facilita, igualmente, a criação de novas parcerias. Como ponto de encontro oficial e plataforma de investimento para o sector energético angolano, a conferência AOG 2023 vai ligar investidores, empresários e investidores aos mais variados projectos neste sector.
Continue a acompanhar o site e as páginas oficiais nas redes sociais da Energy Capital & Power, de forma a conhecer todas as informações sobre a edição de 2023 deste importante evento.