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Infra-estruturas angolanas estimulam o crescimento e a diversificação do sector energético

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Angolan Infrastructure

A nova capacidade de produção implica que a infra-estrutura para o transporte de energia em Angola terá que ser melhorada e aprimorada. Como tal, a Fase I do Programa de Eficiência e Expansão do Sector Energético de Angola servirá para ligar os três sistemas de rede do país. Os sistemas norte, central e sul, irão ter conexão entre si através da construção de uma linha de transporte, de 400 kV, e que terá, em 2025, uma extensão de 16.340 kms. Esta rede de interligação irá transportar aproximadamente 1.000 MW de energia hidro-eléctrica de baixo custo, desde a bacia do rio Kwanza até à capital, Luanda, e outros centros populacionais na região sul do território de Angola.

Este projecto está sendo implementado através da cooperação entre a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional, Power Africa, e uma instituição financeira para o desenvolvimento multilateral como é o Banco Africano de Desenvolvimento (AfDB). A iniciativa faz parte dos esforços para melhorar a distribuição de electricidade e fortalecer a viabilidade financeira do mercado de energia no continente africano, e implica um investimento de 530 milhões de dólares num processo supervisionado pelo Ministério da Energia e Águas da República de Angola.

No Plano Angola 2025 a meta de produção de energia renovável ambicionada pelo governo é de 700 MW. Nessa conformidade, o executivo aprovou três projectos de energia solar que incluem o desenvolvimento de sete centrais solares com uma capacidade combinada de 370 MW,. Estas unidades serão construídas ao longo dos próximos quatro anos nas províncias de Benguela, Huambo, Bié, Lunda Norte, Lunda Sul e Moxico. Neste plano está ainda prevista a construção de uma central solar de 50 MW, na província do Namibe, que será desenvolvida pela Solenova, um consórcio entre a Eni, uma das maiores companhias mundiais de petróleo e gás, e a empresa estatal angolana, Sonangol. Outro empreendimento relevante é a unidade solar fotovoltaica de 30-100 MW, na província de Huíla, que está a ser desenvolvida também por um consórcio que integra outra grande multinacional de energia, TotalEnergies, e a empresa angolana de energia, Angola Environment Technology.

No que diz respeito à energia hidro-eléctrica, a construção das centrais de Cambambe, de 960 MW, e Laúca, de 2.070 MW, está praticamente concluída. A central hidro-eléctrica de Caculo Cabaça, que irá produzir 2,2 GW, deverá iniciar o processo de comissionamento comercial até 2024. Além disto, o Ministério da Energia e Águas da República de Angola identificou cerca de 100 locais, que no seu conjunto poderão produzir até 600 MW de eletricidade renovável a partir de centrais mini-hídricas – cada uma com capacidade inferior a 10 MW – de forma a aproveitar e rentabilizar a vasta rede fluvial do país. A prossecução e desenvolvimento destes projectos exigirá um financiamento externo significativo, bem como a participação do sector privado, para viabilizar a transformação do sector energético de Angola.

Um importante e significativo contributo para a actual capacidade instalada de 5,6 GW em Angola, tem origem na central de ciclo combinado Soyo I, de 750 MW, que, actualmente, gera 500 MW de eletricidade. Por outro lado, estão também já em curso planos para desenvolver uma segunda central de ciclo combinado, no Soyo que, em funcionamento pleno, vai adicionar 750 MW à rede energética do país. Com a aprovação da Lei de Comercialização de Gás Natural, em Maio de 2018, o Governo de Angola pretende ainda incentivar o fornecimento e desenvolvimento de equipamentos de produção de energia que usem gás natural de forma a atrair mais investimento privado para o país.

A República de Angola é, presentemente, um membro não operacional no Southern African Power Pool, um sistema de cooperação das empresas nacionais de electricidade dos países da África Austral. De qualquer modo, Angola está prestes a aderir a esta entidade com a implementação de uma rede de ligação entre Angola e Namíbia através da construção da central hidro-eléctrica de Baynes, com capacidade de gerar até 600 MW. O executivo angolano está também a estudar uma ligação no norte de Angola com a República Democrática do Congo que permitirá estabelecer uma conexão das redes dos dois países através do projecto hidro-eléctrico do Inga.

O Orçamento Geral do Estado da República de Angola dedicado à produção, transporte e distribuição de electricidade aumentou de 482 milhões de dólares, em 2021, para 490 milhões, em 2022, possibilitando ao Governo conceder um apoio mais significativo à promoção, viabilidade e implementação de projectos liderados pelo sector privado, e que serão fundamentais no crescimento das capacidades de distribuição do Estado Angolano. Esta realidade oferece grandes oportunidades para investidores estrangeiros e parceiros estratégicos participarem na transformação do sector energético de Angola cujos principais objectivos são melhorar o ambiente regulatório no país, desenvolver regulamentação adequada, planear a aquisição de energia e permitir a harmonização regional e o comércio transfronteiriço.

Todos estes temas, e muitos outros, serão debatidos na Conferência e Exposição Angola Oil & Gas (AOG) 2023, o evento oficial do sector energético do país que regressa a Luanda, em Setembro, para a sua quarta edição. O AOG 2023 destacará o papel de Angola como um centro energético regional emergente, e irá promover parcerias estratégicas e oportunidades de investimento no país abrangendo os sectores “upstream”, “midstream” e “downstream”, a energia renovável e a construção e renovação das infra-estruturas necessárias.

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ANGOLA OIL & GAS 2023

Representing the country’s official energy event, AOG 2023, in partnership with the Ministry of Petroleum and Mineral Resources of Angola, will take place in Luanda.

ANGOLA OIL & GAS 2023

Representing the country’s official energy event, AOG 2023, in partnership with the Ministry of Petroleum and Mineral Resources of Angola, will take place in Luanda.

Matthew Goosen

Matthew Goosen

Matthew Goosen is a Video Editor and Content Writer at Energy Capital & Power. He holds an Honours Degree in Film and Media Studies at the University of Cape Town and is currently undergoing his Masters Degree. Born in Pretoria and raised internationally, he has been living in Cape Town since 2013.

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