Disponível em inglês.
Com aindústria Angolana de petróleo e gás a testemunhar um crescimento sem precedentes devido a reformas regulamentares implementadas, ao aumento da procura no panorama regional e global e ao lançamento de novas descobertas e projetos, emergiram novas oportunidades para as empresas de serviços no país.
Como tal, o principal evento de energia de Angola e o maior a ter lugar em África pós-COP27 — Angola Oil & Gas (AOG) 2022 — organizou um painel dedicado ao tema “Foco nos Serviços”, que reuniu empresas de serviços, engenheiros e tecnologias para discutir os desafios de uma “produção madura”, oferecer soluções inteligentes e novas técnicas de exploração, ao mesmo tempo lançar luz sobre as oportunidades que surgem com a transição energética emergente dentro de Angola, as quais exigem a aplicação de tecnologias especializadas e permitem aos prestadores de serviços diversificar as suas atividades.
A sessão começou com uma apresentação de Miguel Baptista, Diretor Executivo para a África Central, Oriental e Austral na Schlumberger — agora SLB —, que discutiu as estratégias da empresa para descarbonizar a indústria de petróleo e gás em África e a forma de trazer soluções inovadoras e rentáveis para fornecer energia ao continente.
“A indústria de petróleo e gás tem sido, é e será o motor de crescimento da economia Angolana. Nas últimas décadas, Angola evoluiu de um país de baixo rendimento para um país de médio rendimento, e esta evolução tem sido impulsionada principalmente pela indústria de petróleo e gás”, declarou Baptista, acrescentando: “Embora a importância da indústria de petróleo e gás não possa ser questionada em Angola, estamos a viver um momento entusiasmante e único no nosso país, e crucial para o nosso planeta, enquanto trabalhamos para o maior ato de ‘equilibrismo’ mundial.”
Moderado por Gonçalo Falcão, Sócio da Meyer Brown, os oradores incluíram Ian Cloke, COO, Afentra; Ezinne Nnebocha, Diretor de Marketing e Vendas, SLB Angola; Matt Tyrell, Geólogo Chefe, DDMS Ida & Trois Geoconsulting, Xcalibur Multiphysics; Matthieu Wallach, Diretor de Vendas e Diretor Geral, África Austral, Welltec; Frederic Jacquemin, Diretor de Contratos e Marketing, Noble Drilling e David Tony Nwakaji, Diretor de Vendas e Comercial – África Subsaariana, Tenaris.
A conversa teve início a partir do discernimento das oportunidades criadas para as empresas de serviços em Angola.
“O mercado mudou bastante agora e, à medida que olhamos em frente, podemos começar a avançar para fases de maturidade da perspetiva da exploração”, declarou Ian Cloke, COO da Afentra, acrescentando: “Do modo como vejo a situação, penso que a procura da indústria de serviços tem de mudar para imitar aquilo que outros países bem estabelecidos no âmbito da exploração e produção têm vindo a fazer.”
Ao mesmo tempo, falando sobre as perspetivas de aproveitamento de áreas maduras em Angola, Matt Tyrell, Geólogo Chefe da DDMS Ida & Trois Geoconsulting e Xcalibur Multiphysics, declarou: “Sempre houve um grande otimismo em relação a novas explorações aqui em Angola, mas se olharmos para onde se tem obtido maior sucesso, vemos que ele tem sido consistentemente obtido nas zonas já estabelecidas. Precisamos não só de pensar em novas bases fronteiriças, mas também na exploração das bacias já estabelecidas.”
“Como fornecedor de tecnologias, temos as soluções”, acrescentou Mathieu Wallach, Diretor de Vendas e Diretor-Geral para a África Austral da Welltec, afirmando ainda: “Precisamos de trabalhar com as companhias petrolíferas para encontrar as soluções acertadas que irão efetivamente minimizar os efeitos de custo e as emissões de carbono. A solução pode ser por meio da combinação de tecnologias e estas questões precisam de notificar e descobrir onde encontrar valor real.”
Posteriormente, a discussão deslocou-se para o papel que as empresas de serviços desempenham na condução de operações sustentáveis de petróleo e gás em Angola, com ênfase na necessidade de implementar tecnologias especializadas que permitam ao mercado crescer de uma forma amiga do clima.
“Temos de estabelecer objetivos e considerar como estes funcionam concretamente na prática. Estamos a estudar os combustíveis renováveis mas, a longo prazo, precisamos também de considerar os aspetos logísticos”, afirmou Frederic Jacquemin, Diretor de Contratos e Marketing da Noble Drilling.
Adicionalmente, acerca da posição de Angola como maior produtor de petróleo de África, David Tony Nwakaji, Diretor de Vendas e Comercial para a África Subsaariana na Tenaris, declarou: “Há aqui muitas oportunidades. Não é segredo que Angola parece ser a jóia de África em termos de investimento em petróleo e gás. Esta é uma indústria orientada para a parceria e colaboração. Uma vez que as oportunidades estão vinculadas à indústria do petróleo e do gás, também possuem vínculos com os fornecedores de serviços.”
Finalmente, levantando questões sobre as oportunidades para Angola alavancar a tecnologia moderna de modo a reduzir as emissões no setor do petróleo e do gás, foi observado durante a discussão do painel que o petróleo e o gás são ambos necessários para que Angola — e o resto de África — se possa capacitar e participar, na prática, na transição energética.
“Ao longo destes últimos dias, é evidente que a indústria de petróleo e gás é um motor de crescimento em Angola e em vários países africanos”, declarou Ezinne Nnebocha, Diretor de Marketing e Vendas da SLB Angola, concluindo: “Conhecemos a dura realidade do acesso à energia em África. Como operador, e mesmo como empresa de serviços, precisamos de ter clareza sobre o que estamos a fazer. Continuaremos a operar, mas como podemos potenciar práticas, processos e tecnologia de forma a reduzir as emissões e promover o desenvolvimento?”