Tendo sido recentemente confirmado como o maior produtor de petróleo da África Sub-Saariana, dispondo de reservas confirmadas de 9 biliões de barris de petróleo e 11 triliões de pés cúbicos de gás natural, a República de Angola tem a operar no seu território algumas das principais empresas de petróleo e gás do mundo, incluindo as gigantes multinacionais TotalEnergies, Chevron , ExxonMobil, BP e Eni. A produção actual de Angola é de aproximadamente 1,37 milhão de barris de petróleo por dia (bpd) e 17.904,5 milhões de pés cúbicos de gás natural.
O potencial de recursos do país é, portanto, elevado e o governo do país procurou desenvolver um ambiente ainda mais propício para a indústria de petróleo e gás, incentivando em simultâneo o investimento no sector através de uma série robusta de reformas de regulação, desenvolvimentos de infra-estruturas e adopção de novas estratégias de exploração. O Plano de Desenvolvimento Nacional do Governo 2018-2022, e sua Estratégia de Exploração de Hidrocarbonetos actualizada 2020-2025, demonstram o imenso potencial existente nas concessões geologicamente avaliadas e nas bacias sedimentares do país, com perspectivas sub-exploradas como são os casos da Bacia do Kwanza e da Bacia do Namibe, em águas profundas offshore, sendo que algumas poderão ser líderes, a nível mundial, na exploração e produção de hidrocarbonetos.
Angola possui, igualmente, um conjunto de infra-estruturas bem estabelecido de forma a sua indústria de petróleo e gás, permitindo assim que potenciais investidores e promotores de projectos reduzam custos e tempo, sempre necessários ao desenvolvimento de novos projectos, enquanto expandem de forma mais rápida a sua presença numa das economias de crescimento mais rápido do mundo. A Refinaria de Luanda, que produz 60.000 bpd de combustíveis refinados, a fábrica de Gás Natural Liquefeito de Angola, com produção de 5,2 milhões de toneladas por ano, e os oleodutos domésticos que ligam os campos petrolíferos às instalações de processamento, servem para apoiar e aumentar toda a cadeia de valor da energia posicionando o país como um centro regional do desenvolvimento energético.
Além da refinaria de Luanda, o Governo angolano vai expandir a capacidade de refinação do país através do desenvolvimento de três refinarias adicionais, em Cabinda, Lobito e Soyo que, após a conclusão, terão uma capacidade total combinada de 360.000 bpd de combustíveis refinados. Como parte das prioridades declaradas do governo para diversificar a economia do país, e logo que entrem em funcionamento, estas refinarias irão reduzir de forma significativa os custos de importação de combustível, permitindo ao estado angolano uma economia de 2,7 biliões de dólares por ano.
Enquanto isso, como resultado da transição energética global, o gás natural está prestes a tornar-se como um intermediário essencial no impulso mundial para a descarbonização. Consequentemente, Angola está bem posicionada para desempenhar um papel significativo na revolução energética, alavancando os seus recursos naturais para promover a criação de riqueza e o desenvolvimento sócio-económico.
Com uma longa história de presença de empresas petrolíferas internacionais e prestadores de serviços em Angola, a indústria de petróleo e gás do país oferece oportunidades significativas para o estabelecimento de parcerias e de colaboração a diversos níveis. Investidores com potencial têm aqui a oportunidade de contactar com agentes experientes no sector energético, com profundo conhecimento do mercado, incluindo a experiência em reservas, infra-estruturas e regulamentação.
No que diz respeito ao “upstream” espera-se que um maior foco do Governo no desenvolvimento de activos de petróleo bruto e gás natural venha a resultar numa uma taxa de crescimento anual superior a 1,5%, entre 2022 e 2027. Além disso, o Ministério da Economia e Planeamento de Angola indicou, recentemente, que o país prevê um crescimento económico de aproximadamente 3% em 2023, aumentando anualmente mais de 3,6% entre 2023 e 2027. Este crescimento da economia angolana será impulsionado, principalmente, pelo sector petrolífero de Angola que tem ainda por explorar, nos próximos anos, importantes reservas de petróleo nas Bacias do Congo e do Kwanza.
As perspectivas económicas de Angola, as tendências da procura e oferta de petróleo, os esforços de diversificação em curso e as oportunidades de investimento serão reveladas durante a edição deste ano da Conferência e Exposição Angola Oil & Gas (AOG) 2023, a decorrer no CCTA, em Luanda, de 13 a 14 de setembro. O AOG 2023 incluirá painéis de discussão de alto nível, exposições e fóruns de “networking” exclusivos, apresentando as muitas oportunidades de investimento e de parcerias que podem materializar-se no sector de petróleo e gás do país.