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Análise da Criação de Maior Valor na Transição de Energia de Angola no AOG 2022

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Angola.

Disponível em inglês.

Sob o tema ‘Promover uma Inclusiva, Atraente e Inovadora Indústria de Petróleo e Gás em Angola,’ a edição de 2022 da Conferência e Exposição Angola Oil & Gas (AOG) — o principal evento de Angola para a indústria dos hidrocarbonetos — acolheu um painel de discussão centrado nas atividades dos operadores e investidores na maximização dos recursos de hidrocarbonetos do país para moldar a transição energética.

‘O Segmento Evolutivo Upstream: Criação de Maior Valor na Transição de Energia de Angola’ — painel de discussão moderado por Giorgio Bresciani (Principal Acionista e Líder da Global Oil & Gas Practice, McKinsey & Company), contou com a participação de Ricardo Van-Deste (CEO, E&P Unit da Sonangol); Adriano Mongini (CEO de Azule Energy); Paul McDade (CEO de Afentra Plc); Ane Aubert, (Gerente Nacional de Equinor Angola); Edson Dos Santos (CEO de Somoil); Martin Deffontaines (Diretor Administrativo da TotalEnergies E&P Angola); Billy Lacobie (Diretor Administrativo da Southern African Strategic Business Unit, Chevron); Maggy Shino (Comissária do Petróleo do Ministério das Minas e Energia da Namíbia); e Katrina Fisher (Diretora de Produção da ExxonMobil Angola).

A discussão investigou as oportunidades de transição energética de Angola sustentada na maximização da produção, investimento e exploração de petróleo e gás.

“No que diz respeito a oportunidades, parte da transição energética está a congregar toda a gente,” afirmou Billy Lacobie, Diretor Executivo da Unidade de Negócios Estratégicos da África Austral da TotalEnergies E&P Angola, acrescentando: “Parte disto deriva da equidade energética, e não de uma escolha nossa de quem vai ter energia. Se estamos todos aqui para a melhoria do mundo, para a melhoria da humanidade, então o que nos cabe é o fornecimento de eletricidade acessível e a preços justos para todas as pessoas. Isso é uma oportunidade e um desafio.”

“A transição energética está aqui para ficar; contudo, estamos num país abençoado no que diz respeito ao petróleo e ao gás e precisamos de agarrar essas oportunidades e garantir que sejam utilizadas proativamente. Não penso que a África precise de seguir o que a Europa está a fazer, mas teremos de o fazer e teremos de liderar pelo exemplo. Existem oportunidades tremendas e nós, enquanto africanos, precisamos de estar no lugar do condutor,” afirmou Edson Dos Santos, CEO da Somoil, no que diz respeito às oportunidades de Angola para maximizar os seus recursos de petróleo e gás para conduzir a transição energética.

Ao mesmo tempo, demonstrando o potencial da África para tirar partido dos seus vastos recursos energéticos, Adriano Mongini, CEO da Azule Energy, afirmou que “Queremos demonstrar que é possível aumentar a produção no âmbito da transição energética. O que estamos a fazer é criar oportunidades a partir dos nossos projetos integrados e utilizar estes projectos para nos concentrarmos em novas formas de energia.”

Os oradores também se debruçam sobre os desafios no domínio upstream do país e as soluções que as empresas de energia estão a implementar para enfrentar as barreiras do mercado.

“O desafio tem sido — até há pouco tempo — o facto de que a transição energética tem sido totalmente impulsionada a partir de uma perspetiva do mundo desenvolvido, o que tem causado uma falta de foco no equilíbrio entre o clima e o impacto social,” declarou Paul McDade, CEO da Afentra Plc.

“A longo prazo, o afastamento dos combustíveis fósseis levantará desafios às empresas locais — as quais terão de encontrar formas de se tornar líderes no esforço de descarbonização,” disse Ricardo Van-Deste, CEO da Unidade de E&P da Sonangol, acrescentando que “o gás será uma ferramenta muito útil para combater a pobreza energética. O gás é a chave para a produção de hidrogénio. Estamos a preparar-nos para implementar diversos projetos de energias renováveis e o gás será um recurso útil para assegurar o complemento destas energias.”

Em relação aos desafios da transição energética em África, Ane Aubert, Gerente Nacional da Equinor Angola, afirmou: “O desafio principal é a pobreza energética: o facto de tantas pessoas em Angola e em África não terem qualquer acesso à eletricidade. A transição precisa de tomar um caminho diferente no continente e o objetivo da Equinor é transformar os recursos naturais em energia para as pessoas e em progresso para a sociedade.”

Com as empresas petrolíferas internacionais a transformarem as operações para se tornarem firmas energéticas integradas, os oradores do painel salientaram como Angola está a tirar partido dessa transformação.

“Quando falamos da transição, falamos de uma grande quantidade de energia diferente. Precisamos de um objetivo claro de desenvolvimento energético na produção de energia acessível e a preços justos,” afirmou Martin Deffontaines, Diretor Executivo da Unidade de Negócios Estratégicos da África Austral da Chevron, e disse ainda: “Isto é sobre a estabilidade e flexibilidade e sobre a eficácia dos investidores em estabelecerem-se em Angola e proporcionar acesso à eletricidade.”

Falando de uma perspetiva de operador, Katrina Fisher, Diretora de Produção da ExxonMobil Angola, afirmou que “Muito do nosso foco está na questão ‘como nos tornaremos os operadores mais responsáveis pelos bens que temos?’ As especificações que vemos avançar na transição energética giram em torno das nossas parcerias. Giram em torno do modo como utilizamos a tecnologia. E giram em torno de como estabelecemos o nosso desempenho. De uma perspetiva corporativa, ao estabelecermos os nossos objetivos para 2050, continuamos a procurar formas de diminuir a nossa pegada e de melhorar o nosso desempenho.”

Ao concluir a sessão do painel, Maggy Shino, Comissária do Petróleo do Ministério das Minas e Energia da Namíbia, declarou que “Há uma série de soluções, inovações e tecnologias, e as soluções estão todas por aí. Esta deve ser uma mensagem que devemos enviar para que possamos garantir que África recebe o capital de que necessita para participar na transição energética global.”

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